sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Insônia


Não há lágrimas nem suor no travesseiro. O lençol está pela metade. A luz do quarto já escureceu. Fechar os olhos, coisa rápida. Só dois minutos e eu já estou dormindo. Vou sonhar e me preparar pra acordar amanhã. Não ouço ruídos. Não há barulho externo. Está tudo certo. Tudo ok! É só dormir. Focar em dormir. Pensar que eu preciso dormir, já que estou cansada e meu corpo está amolecido. Dormir. Eu preciso dormir. Não quero pensar em nada. Focar no sono, no cansaço, no dormir. Aquieta-se mente!

Perder o sono já se tornou algo constante. Dormir já é uma espécie de retalhamento. De dividir a dor em sonhos. Remexer na cama me dá náuseas. E eu só consigo pensar em você. Escrever essa frase não foi fácil. Ter que lê-la então, foi um suplício. Parece que te ligar pra nada, não custa nada. Mas é o esperar isso de você que me gasta.

Como é triste a insônia. Você começa a pensar em coisas e trepensar sobre outras que não precisariam ser destacadas a essa hora, por esse motivo, tão sem necessidade de ser. Sentir vontade de escrever sem ter razão, especificidade ou por que. Está sendo uma noite vazia, triste, longa... Sem você. Que coisa ruim essa de não conseguir dormir e no fundo saber que se não houvesse você, não pensaria em nada e do nada viria o sono, a tranqüilidade e a paz que eu preciso pra adormecer.

Quantas noites em claro conversando e pulverizando cada palavra sua. Intercalando sua respiração com a minha. Ouvindo seu silêncio, quebrando sua fala. Jogando culpas, atracando carinho. Sofrendo as juras de amor que um dia foram ditas em hora errada, de maneira doentia e sem pensar no quanto iria mferir um dia. No dia em que um de nós descobriria que jurar é pecado. Ah, que saudade das horas noturnas que marcavam nosso ilusório, mas eterno amor. Ah, e como eu queria me livrar desse vício de pensar em você todas as noites, justo quando eu for dormir para poder sonhar com você...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A lua sorriu pra mim

Estou leve. Tranqüila. Como se o oxigênio fizesse seu trajeto perfeitamente, sem curvas, sem desvios. De dentro pra fora, de fora pra dentro. Respiração controlada. Temperatura normal. Estado mental, equilibrado. Vontade de nada, só de viver. Viver!


A avenida está deserta de pessoas. As luzes dão brilho aos olhos. À frente um caminho livre, sem impasses, sem impedimentos, sem embaraços, sem nós. Nós, que já não existe mais. Que já não precisa mais morar em mim. Que já não mora. Expeliu-se como uma sujeira. Foi-se embora como um trem. Um trem carregado de sentimentos embargados que só estava à espera da próxima embarcação.


Vejo a lua sorrindo. Contemplo as estrelas. Sinto o toque das águas ao molhar meus pés. Ouvindo meu próprio suspiro. Rindo da minha própria risada. Prestando atenção na minha própria conversa. Parecendo um passarinho. Cantando não de felicidade, mas por estar desimpedida de buscá-la. Sendo eu em outras pessoas.


Vivendo. Calmamente. Sem angústias, sem atolo, sem sofrer. Estou levando meus queridos. Despachando alguns “amigos”. Sem preocupação. Devolvendo-me a minha própria vontade. Minhas convicções. Deixando minhas amarras e neuroses pra quando tiver que sobrevier. Vivendo o enquanto. O momento. A necessidade do agora. Libertando-me de tudo o que me impedia de viver, de sorrir. De ser. Abraçando minha vida.


Prefiro gastar meu tempo contando meu batimento cardíaco por minuto do que cansar meu coração.


domingo, 2 de outubro de 2011

Amor.


Liguei-te, pois precisei compartilhar da minha dor. Hoje me veio à lembrança o dia em que eu me apaixonei por você, o dia em que te vi pela primeira vez, ou tanto faz. Aconteceram as duas coisas juntas. Mal me sabia que ali eu enfiara a foice no meu coração.