terça-feira, 4 de outubro de 2011

A lua sorriu pra mim

Estou leve. Tranqüila. Como se o oxigênio fizesse seu trajeto perfeitamente, sem curvas, sem desvios. De dentro pra fora, de fora pra dentro. Respiração controlada. Temperatura normal. Estado mental, equilibrado. Vontade de nada, só de viver. Viver!


A avenida está deserta de pessoas. As luzes dão brilho aos olhos. À frente um caminho livre, sem impasses, sem impedimentos, sem embaraços, sem nós. Nós, que já não existe mais. Que já não precisa mais morar em mim. Que já não mora. Expeliu-se como uma sujeira. Foi-se embora como um trem. Um trem carregado de sentimentos embargados que só estava à espera da próxima embarcação.


Vejo a lua sorrindo. Contemplo as estrelas. Sinto o toque das águas ao molhar meus pés. Ouvindo meu próprio suspiro. Rindo da minha própria risada. Prestando atenção na minha própria conversa. Parecendo um passarinho. Cantando não de felicidade, mas por estar desimpedida de buscá-la. Sendo eu em outras pessoas.


Vivendo. Calmamente. Sem angústias, sem atolo, sem sofrer. Estou levando meus queridos. Despachando alguns “amigos”. Sem preocupação. Devolvendo-me a minha própria vontade. Minhas convicções. Deixando minhas amarras e neuroses pra quando tiver que sobrevier. Vivendo o enquanto. O momento. A necessidade do agora. Libertando-me de tudo o que me impedia de viver, de sorrir. De ser. Abraçando minha vida.


Prefiro gastar meu tempo contando meu batimento cardíaco por minuto do que cansar meu coração.


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