Há muito tempo perdi minha lembrança por escrever. Meu
gosto por lembrar. Minha vontade de tecer as palavras como as lançando fora de
mim. Não vivo mais pra isso. Escrever é viver contra o social, o aberto, o
esclarecido. É gritar sem voz na certeza que vão ouvir com os olhos e a alma.
Há muito tempo não preciso disso. Tempo suficiente pra pensar
nos momentos claros. É tempo de impelir, não jogar pra fora. Nasci de novo para
o amor e quem nasce não sabe escrever ou não tem o conteúdo suficiente pra
formar um texto exigido quatro parágrafos. Sussurra, apenas. Gemidos
carinhosos, gritos de fome, sede e dorezinhas passageiras. Sequer sabe da existência
de seu coração.
Há muito tempo meu amor é um bebê de colo. Pronto pra não
ser entendido, só cuidado. Em posição de sentinela para qualquer abandono.
Segurando o coração num estreito espaço de peito, sem saber pra quê o serve,
sem notar que o mesmo pulsa. Desvelos delicados. Gestos de quem não quer perder o que parece
ser a razão de viver.
Há ‘não sei quanto tempo’ esperei por este tempo. Amo
como o amor me ensinou a fazer. Abrigo, acolho e sossego. Livre, leve e solta com a pessoa da minha vida.
Abracei a paz e nunca, ou, há tempos não me sentia tão
bem.
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